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POLÍCIA CIVIL E SETOR ESPECIALIZADO - SEGUE INVESTIGAÇÃO DE SUPOSTO ESQUEMA DE LAVAGEM DE DINHEIRO EM CAMPOS DO JORDÃO

 


Polícia apura se Padre Batista teria ligação em suposto esquema de lavagem de dinheiro em Campos do Jordão (SP)

Investigação apura se houve desvio de verba do Hospital São Paulo – HSP, época em que ele fazia parte do grupo de conselheiros da unidade hospitalar de Campos do Jordão (SP).

O padre Vicente Batista de Paiva, que por muitos anos pertenceu a Igreja Santa Terezinha, em Campos do Jordão (SP), se tornou mais um dos investigados na Operação “Última Ceia”, deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com o Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), num suposto esquema de lavagem de dinheiro ocorrido na cidade. As informações são do Jornal A Tribuna.

Já são três os investigados no suposto esquema: Celmo Felski, a mulher e agora o padre. Todos tiveram as contas bloqueadas pela Justiça. A polícia não descartou a hipótese de que outras pessoas também possam estar envolvidas. 

A investigação apura se houve desvio de verba do Hospital São Paulo – HSP. Na época, o padre fazia parte do grupo de conselheiros da unidade. 

De acordo com o Delegado Titular de Campos do Jordão, Luís Geraldo Ferreira Jr., que chefia a operação, não foi expedido mandado contra ele. “Estamos reunindo todos os elementos necessários para que possamos ouvir o seu depoimento”, disse o Delegado.

Membro da Sociedade Joseleitos de Cristo, o padre Vicente Batista de Paiva tomou posse em fevereiro deste ano como novo pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Rafard. O padre servia à Igreja como vigário na Paróquia São Pedro, em São Pedro, desde maio de 2020. “Sempre entendi e acolhi as oportunidades que me confiaram, como chamado de Deus, contando com as mediações dos superiores e bispos”, disse o padre.

Sobre o serviço a ser realizado em Rafard, o padre destacou: “Não conheço o povo rafardense e eles também não me conhecem, mas no coração de Deus, no hoje da história, nos encontramos para somarmos no seguimento a Jesus Cristo, na jornada para o Céu. Teremos oportunidades, à luz da Palavra de Deus, na Igreja Sinodal, de estreitar e viver a comunhão, a unidade na missão. Queremos ouvir os anseios do povo, partilhar suas vidas, angústias e conquistas e, nas atitudes solidárias, partilhar nossos fardos encontrando Cirineu pelo caminho”.

Trajetória - Padre Batista, como ficou conhecido, nasceu em 24 de abril de 1964 em Mercês de Água Limpa, município de São Tiago (MG).

Aos 20 anos de idade, ingressou no Seminário São José, pertencente à Sociedade Joseleitos de Cristo, congregação religiosa fundada pelo Servo de Deus padre José Gumercindo Santos, falecido em 1991 em Feira de Santana (BA), e que está em processo de beatificação.

Ordenado em 1992, no Santuário São João Bosco, o padre completou 30 anos de ministério sacerdotal no dia 26 de janeiro também deste ano. Nessas três décadas, já exerceu seu ministério em cidades do Estado de São Paulo como Lorena, Taubaté, Campos do Jordão e São Pedro, além de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. 

Entenda o caso

A Polícia Civil de Campos do Jordão, sob o comando do delegado Luís Geraldo Ferreira Jr., deflagrou a operação “Última Ceia”, em 8 de junho, para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro na cidade. O mandado foi expedido pela 1ª Vara de Campos do Jordão.

Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão em uma lotérica e também em uma residência, ambas pertencentes a Celmo Felski. A investigação apura se houve desvio de verba do hospital no tempo em que ele foi diretor do hospital. Os agentes chegaram no local por volta das 17h30.

O estabelecimento, alvo da operação, poderia estar sendo usado como ponto para lavagem de dinheiro, segundo a polícia.   A suspeita também recai sob outros crimes como corrupção passiva e sonegação fiscal. O suspeito teria sido “sorteado seis vezes na loteria”. Nos endereços dele foram apreendidos itens de luxo.

A polícia pediu a quebra do sigilo bancário de Felski e constatou movimentação incompatível com a sua declaração na Receita Federal. Nas contas, foram encontrados valores superiores a R$ 3 milhões.

'Santa mão de Deus'

Uma das linhas de investigação está ligada ao antigo Hospital São Paulo - HSP. Em março de 2016 uma médica entregou ao Jornal A Tribuna cópias de cheques e notas fiscais referentes a sua atividade no hospital; na época constava como administrador da unidade o próprio Celmo Felski.

Os cheques foram recebidos em setembro e outubro de 2013, o que levantou suspeita de que haveria um suposto esquema de notas frias para pagamentos, uma vez que os cheques estavam nominais a uma “cooperativa agroindustrial”, além da emissão de notas fiscais em nome da mesma entidade.

Ocorre que a médica não mantinha relação com nenhuma cooperativa e sequer sabia da sua existência. E de fato não poderia fazer parte mesmo já que tal cooperativa foi criada em 2001 em Campos do Jordão por 22 pessoas, a maioria produtores rurais e moradores do bairro da Campista. Em seus objetivos, a cooperativa visava “criar condições para a exploração agropecuária e seu ramo de atividades congregar produtores rurais e profissionais do ramo agrícola para sua defesa econômica e social”. Ou seja, longe de ser uma entidade ligada ao setor da saúde.

Vale ressaltar que em momento algum o estatuto registrado na Jucesp – Junta Comercial de São Paulo apontou que os serviços médicos seriam parte das suas funções. 

O que diz a defesa 

Em nota, a defesa de Celmo Felski classificou a investigação como “superficial e frágil” e acusou que houve “abuso e diversas ilegalidades” que “serão alvos de recurso ao Tribunal de Justiça de São Paulo”.

A nota ressaltou que o empresário trabalha no ramo de loterias há anos, que todos os impostos são declarados, que nunca teve nenhuma condenação criminal e que vai comprovar na Justiça que não há nenhuma ilegalidade.

No caso da defesa do padre, a reportagem não localizou seus advogados e se coloca à disposição para que ele dê a sua versão. O mesmo, com a defesa da investigada.  

Matéria de Sérgio Cardoso

Fonte:

facebook.com/ATribunaCamposdoJordao

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